Este trabalho trata do uso e da avaliação da concordância verbal com a segunda pessoa do singular tu (tu/_ falas ~ tu/_ fala, tu/_ falaste/falasse ~ tu/_ falou) na cidade de Florianópolis, sob a perspectiva da Sociolinguística Variacionista (WEINREICH, LABOV, HERZOG, 1968; LABOV, 1972, 1982, 2001, 2010). Os objetivos são: (i) revisar estudos que consideraram dados sincrônicos e diacrônicos acerca desse fenômeno variável na capital catarinense; e (ii) confrontar os resultados relativos aos dados de fala (sincrônicos) e de escrita (diacrônicos) dos florianopolitanos com a avaliação dos falantes dessa localidade a respeito da concordância de P2. Com relação ao objetivo (i), estudos (LOREGIAN-PENKAL, 2004; DAVET, 2013) têm mostrado declínio no índice de concordância com o pronome tu em Florianópolis, se consideradas amostras de fala da primeira década do século XX (Amostra Monguilhott e Amostra Floripa) –16% de aplicação da regra em zonas urbanas e 13% em zonas não-urbanas – em oposição a amostras de fala da última década do século XIX (Amostra-base VARSUL e Amostra Brescancini) – 43% de concordância em zonas urbanas e 60% em zonas não urbanas. Já em dados diacrônicos de peças teatrais florianopolitanas (NUNES de SOUZA, 2011), a taxa de concordância é semicategórica no século XIX (acima de 95%), ao passo que, no século XX, o percentual de concordância com a segunda pessoa é significativamente menor (em torno de 65%), sobretudo na fala de personagens estigmatizados socialmente, como ladrões e presidiários. No que diz respeito ao objetivo (ii), testes de atitude estão sendo aplicados a 50 informantes, moradores de zonas urbanas e não urbanas de Florianópolis, a fim de se verificar se o decréscimo observado no uso da concordância estaria correlacionado a uma recente avaliação positiva/neutra da não-concordância.
Palavras-chave: Concordância de P2; Uso/Avaliação; Florianópolis.
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