SOBRE A GOVERNAMENTALIDADE: A BIOPOLÍTICA NOS ESPAÇOS URBANOS DE JOÃO PESSOA
Profa. Dra.Regina Baracuhy (mrbaracuhy@hotmail.com)

Este trabalho é fruto de uma pesquisa desenvolvida na Universidade Federal da Paraíba com alunos da Graduação do Curso de Letras e tem como objetivo, discutir o problema da governamentalidade para verificar como ocorre a biopolítica no espaço urbano de João Pessoa. Nosso corpus se compõe de alguns grafites, pichações e uma campanha de prevenção do Governo do Estado da Paraíba. Nossas análises são de cunho descritivo-interpretativo, seguindo prioritariamente uma abordagem qualitativa, subsidiadas pelo aparato teórico da Análise do Discurso Francesa (AD), procurando estabelecer um diálogo com Michel Foucault. Para ele, a sociedade em que vivemos é, sobretudo, disciplinar, pois se caracteriza por um certo número de técnicas de coerção que exercem um esquadrinhamento sistemático do tempo, do espaço e do movimento dos indivíduos, atingindo particularmente as atitudes, os gestos, os corpos. Em todas as sociedades, há múltiplas relações de poder perpassam, caracterizam, constituem o corpo social. Não há “o” poder, mas relações de poder que perpassam todas as relações humanas nas esferas sociais. Por isso, sempre onde há poder, há resistência e ambos estão disseminados em toda a estrutura social de forma difusa. Para estudar como ocorrem as relações de poder em uma sociedade, Foucault vai analisar as formas de gestão do corpo social, ou seja, a governamentalidade (governo de si e governo dos outros). A cidade, em nossa pesquisa, não é estudada enquanto espaço geográfico, mas define-se como “espaço político-simbólico de produção de sentidos, sítio de significação” por onde circulam os discursos sociais (ORLANDI, 2001: 10). Como resultado desta pesquisa, espera-se formar alunos-pesquisadores na área da Análise do Discurso, assim como fazê-los refletir sobre como ocorre a produção de sentidos nos discursos do cotidiano que circulam no espaço urbano. Palavras-chave: Análise do Discurso. Governamentalidade. Biopolítica. Espaço Urbano.

A ESPETACULARIZAÇÃO DE SI NA MÍDIA: NOVOS MATIZES NA AQUARELA DA INTIMIDADE
Ms.Francisco Vieira da Silva (franciscovieirariacho@hotmail.com)
Profa.Dra.Regina Baracuhy (mrbaracuhy@hotmail.com)

No intuito de examinar as condições de possibilidade que fazem emergir os discursos sobre si na mídia, essa comunicação analisa algumas materialidades discursivas veiculadas na web. Para tanto, tomamos como aparato teórico a Análise do Discurso, na forma como vem sendo desenvolvida no Brasil, mais precisamente a partir das interlocuções entre Michel Foucault e Michel Pêcheux, bem como dos recentes diálogos estabelecidos com a Semiologia Histórica. Os estudos alicerçados no solo epistemológico da AD voltam-se constantemente para a análise de diversos enunciados que circulam socialmente e integram-se a outros enunciados, como um nó em uma rede (FOUCAULT, 2010), erigidos por meio dos discursos na superfície instável da língua(gem). Esquadrinhar esses discursos pode ser de utilidade para interrogarmos sobre quem somos nós hoje, de acordo com o que já inquietava as teorizações foucaultianas, perscrutando genealogicamente a preocupação nietzscheniana do como se chega a ser o que é. Nessa análise de cunho descritivo e interpretativo, seguindo uma abordagem qualitativa, elegemos como materialidade para análise, cinco notícias veiculadas no site Ego, as quais tratam da vida privada de sujeitos, que iluminados pelas luzes do espetáculo, não relutam em se mostrar, em tornar evidentes as peculiaridades e a banalidade da vida cotidiana. Assim, num tempo marcado prioritariamente por uma cultura da imagem, todos são transformados “em platéia ou em multidão de consumidores da (aparente) subjetividade alheia” (KEHL, 2004, p.66). Os resultados parciais dessa análise apontam para uma transfiguração da noção de intimidade, aqui concebida como uma construção histórica, o que endossa a verdadeira proliferação e espetacularização dos discursos sobre si na mídia. Palavras-chave: Mídia. Intimidade. Sujeito-celebridade. Discurso.

SUJEITO TATUADO E IDENTIDADE NAS CAPAS DA REVISTA INKED
Ms. Edileide Godoi (edileidegodoi@bol.com.br)
Profa. Dra.Regina Baracuhy (mrbaracuhy@hotmail.com)

Com o advento do momento histórico denominado pós-modernismo, a constituição de sentidos sobre o sujeito contemporâneo produz um indivíduo inserido em tecnologias e práticas específicas que envolvem o cuidado com corpo: como a vaidade, a beleza, status, a moda. Tendo em vista esse contexto de mudanças, este trabalho (pesquisa de doutoramento em andamento) tem por objetivo analisar como o discurso da tatuagem, produzido pela revista Inked, vem construindo o sujeito na sociedade contemporânea. Para tanto, tomamos como teoria a Análise do Discurso (AD), dando ênfase ao diálogo com Michel Foucault, para tratar as relações entre o discurso, o sujeito e sentido, e as recentes contribuições da Semiologia Histórica para tratar a materialidade sincrética (verbo-visual) dos textos midiáticos na contemporaneidade. Além disso, subsidiamos nossas análises no quadro teórico dos Estudos Culturais, que envolve as ideias de Zygmunt Bauman, Stuart Hall, dentre outros que tratam a identidade numa perspectiva discursiva. Em busca de compreender as marcas que constituem o sujeito tatuado na modernidade, tomamos como corpus três capas da revista Inked que circulou nos meses de outubro/novembro 2011, dezembro /janeiro de 2012 e abril/maio de 2012. A partir de uma abordagem qualitativa com o método analítico/interpretativo, adotado pela AD, a realização das análises pautar-se-ão nas seguintes questões: como se dão o processo de subjetivação e a produção da identidade do sujeito tatuado proposto pela revista? qual é o papel da mídia nessa produção discursiva? As respostas nos revelam os resultados, ainda parciais, de que a produção de subjetividade e a constituição da identidade do sujeito (tatuado) na contemporaneidade é descontínua, fragmentada e instável, demarcada pelas condições socio-históricas dos enunciados. Palavras – chave: Tatuagem. Mídia. Sujeito. Identidade.