S1. Análise de estruturas linguísticas - Sintaxe (Comunicações)

OS PARÂMETROS DE CONDICIONALIDADE: UM ESTUDO COM O SUPONDO QUE
ALINE FERNANDA BUENO 1, TAÍSA PERES DE OLIVEIRA 1
1. UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
afbueno4@hotmail.com



A partir de trabalhos já realizados com o supondo que, Hirata (2010) e Oliveira (2008; 2013) têm apontado o fato de que essa expressão pode ser usada como conector adverbial de valor condicional. Propostas semelhantes à de Visconti (2004), que analisa o conector ‘supposing (that)’ como conjunção condicional no inglês. Visconti (2002) e Hirata (2010) discutem a mudança que parece ocorrer na própria semântica do verbo que forma a conjunção, em estágios mais iniciais, o verbo tem um sentido próximo ao de acreditar, que passa ao sentido de imaginar/hipotetizar, até a formação da conjunção. No presente trabalho, pretende-se testá-lo como conector condicional usando como base os parâmetros de condicionalidade definidos por Dancygier (1998): (i) causalidade entre p e q, (ii) não-assertividade do conector e (iii) as formas verbais usadas. Acreditamos que em alguns casos o supondo que não exerce função predicativa, mas atua como um operador de modalidade hipotética, criando uma moldura na qual alguma proposição se valida, criando uma relação condicional, ou seja, não-assertiva. As formas verbais utilizadas na também revelam a formação não-factual da estrutura (“Supondo que você venha, farei o almoço”), sendo o subjuntivo a forma verbal de preferência. Por fim, a relação de causalidade pode ser notada, já que a informação contida na prótase é a causa para que o conteúdo da apódose seja validado. Os dados utilizados para este trabalho foram coletados no Corpus do Português (www.corpusdoportugues.org), um corpus constituído por mais de 45 milhões de palavras, encontradas em aproximadamente 57 mil textos, dos mais variados gêneros.


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