S4. Dialetologia e Sociolinguística (Comunicações)

NO RASTRO DA APÓCOPE: UM ESTUDO SOCIOLINGUÍSTICO EM ÁREAS DA BAHIA E DE MINAS GERAIS
MARIA DO CARMO SÁ TELES DE ARAUJO ROLO 1
1. UFBA - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
mcstar@superig.com.br



O presente trabalho se insere em uma pesquisa maior que investiga o apagamento de vogais átonas em finais de vocábulos paroxítonos, em localidades da Bahia e de Minas Gerais, para elaboração da Tese de Doutorado em andamento. É um trabalho de base descritiva, desenvolvido à luz dos postulados da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 1983) e nele faz-se um estudo fonético-fonológico, correlacionando fatores linguísticos e extralinguísticos que possam condicionar as ocorrências. Estudos como os de Oliveira (2006, 2012) e Viegas e Oliveira (2008), na cidade de Itaúna em Minas Gerais, revelam que o fenômeno do apagamento de vogais átonas finais está presente no português do Brasil. Este trabalho tem por objetivo confrontar o processo de apagamento dessas vogais documentado em ROLO (2010) na localidade de Beco, Seabra-BA com dados de fala de duas localidades de Minas Gerais: Almenara e Itaobim. Nessas comunidades, verificaram-se uma forte tendência ao desaparecimento da vogal átona em final de vocábulos paroxítonos. A amostra analisada é constituída de dezesseis inquéritos, realizados pelo próprio pesquisador nas comunidades investigadas. Como variável linguística, consideram-se as consoantes pré-vocálicas. Como variáveis sociais consideram-se o gênero/sexo e a faixa etária. Os dados foram analisados com a utilização do programa estatístico GOLDVARB e do software praat. A análise realizada aponta para uma maior incidência da apócope associada às consoantes pré-vocálicas oclusivas e nasais. Esse apagamento parece estar intimamente associado à faixa etária com falantes mais velhos favorecendo-o significativamente. Quanto ao gênero, os resultados apontaram os homens como maiores favorecedores do processo. Os dados analisados levam a crer que a apócope em áreas de Minas Gerais é muito semelhante àquela observada na Bahia, embora haja indícios de que, em Minas Gerais, esteja em um estágio mais avançado.


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