S3. Análise do Discurso (Pôsteres)

CHARGES: A TESSITURA DOS SIGNIFICADOS
VERA LUCIA OLIVEIRA CARDOSO 1
1. UEPB - Universidade Estadual da Paraíba
verinhaolliveira@gmail.com



Nesta proposta, pretendo analisar o caráter dialógico da linguagem e suas múltiplas possibilidades de criação e recriação, baseando-me na visão bakhtiniana (2000) de sujeito e na sua definição dos gêneros textuais (1997) – sobretudo, o capítulo Gêneros discursivos, da Estética da criação verbal (Bakhtin, 1997) – presente nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998) para o Ensino Fundamental e nos Eixos Cognitivos do ENEM (BRASIL, 2007). Buscarei explicitar os diversos mecanismos que o leitor precisa mobilizar para compreender a leitura de uma charge, cuja depreensão do significado depende de conhecimentos extratextuais: situação de produção (quem fez, para que, em que momento histórico, com que finalidade), ideologia subjacente, possíveis significados que foi assumindo ao longo do tempo, imbricação e interdependência entre os elementos verbais e visuais na tessitura do significado, bem como na produção de sentidos pelos diversos públicos leitores desse gênero. Para tanto, separei algumas charges veiculadas em jornais e sites na internet, em que o humor e a ironia são recursos de intertextualidade e interdiscursividade utilizados como uma importante ferramenta de denúncia e que podem despertar reflexões diversas em seus leitores, dependendo das experiências vivenciadas por eles e do conhecimento de mundo e linguístico que possuem. Assim, os resultados das observações feitas dão conta da influência e importância do contexto de produção e situação comunicacional na tessitura dos significados.


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