S15. Neurolinguística e Neurociências Aplicadas à Linguagem  (Comunicações)

FENÔMENOS DISCURSIVOS NA RUPTURA DA AMARRAÇÃO DOS SIGNIFICANTES NA DOENÇA DE PARKINSON: UMA ANÁLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA.
MAIRA CAMILLO 1
1. UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas
mairacamillo09@gmail.com



Neste estudo, em andamento, procuramos investigar as aproximações e os distanciamentos nos momentos de “ruptura da amarração dos significantes” na atividade enunciativo-discursiva de dois sujeitos parkinsonianos submetidos à cirurgia para controle do tremor e de dois sujeitos parkinsonianos sem submissão cirúrgica. O termo “amarração dos significantes” está ligado ao efeito de não ruptura na cadeia enunciativa nos momentos de coocorrência do enlace dos significantes nos eixos sintagmático e paradigmático. Em situação oposta, classificamos como “ruptura da amarração dos significantes”, os instantes em que o laço desses dois eixos provocaram efeitos de descontinuidade na linearidade discursiva, com a presença das marcas hesitativas. Nesses momentos, foram encontrados quatro funcionamentos discursivos com o controle da deriva e um funcionamento com o não-controle da deriva. Como objetivos da pesquisa, procuramos identificar: (a) frequência dos momentos de “ruptura da amarração dos significantes”; (b) quais as relações entre os elementos da cadeia discursiva com os funcionamentos; (c) em que medida os sujeitos com mesma patologia, mas diferentes quanto a interferência cirúrgica, distanciaram-se ou aproximaram-se discursivamente. Aspectos Metodológicos da pesquisa: os sujeitos de ambos os grupos apresentam mesma idade e sexo. Sessões de conversação foram gravadas e transcritas. Na análise dos dados, identificamos e contabilizamos as marcas hesitativas nas rupturas e, em seguida, realizamos um estudo qualitativo dessas marcas, visando compreender as relações entre a cadeia significante e os aspectos sócio-históricos evidenciados. Os dados quantitativos, embora ainda preliminares, já indicaram que os sujeitos parkinsonianos operados se aproximaram dos sujeitos não operados. No entanto, a análise qualitativa mostra que os dos grupos se distanciam. Em outras palavras, os mesmo sujeitos interagiram discursivamente de maneira diferente com os funcionamentos de controle e não-controle da deriva nas “rupturas da amarração dos significantes”.


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